domingo, 9 de janeiro de 2011

Chico Rolim completa hoje 88 anos


Hoje, 06 de dezembro de 2010, está aniversariando em Cajazeiras, Francisco Matias Rolim, mais conhecido por todos os cajazeirenses como Chico Rolim, ex prefeito que deixou sua marca registrada na administração de Cajazeiras. São 88 anos bem vividos, e com muitos causos que viveu e presenciou. Veja este aqui:


Chico Rolim e os filhos: Anacélia, Claudiomar e Anacleide

A AC2B toma a liberdade de, em nome de todos os cajazeirenses que respeitam e admiram a história de Chico e Cajazeiras, parabenizar o ex prefeito Chico Rolim.
Parabéns, Chico Rolim!



A HISTÓRIA DE CHICO ROLIM - IV

O OUTRO MATIAS

Do livro Do Miolo do Sertão
A História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte

A única “voz de homem” capaz de levar adiante os negócios de Matias Duarte Passos era o caçula do primeiro casamento, José Matias Duarte, com 23 anos quando meu pai morreu.
Zé Matias era uma figura envolvente, carismática mesmo, um líder nato. A sua influência cedo iria extrapolar os limites do Olho d’Água do Melão, para ganhar nome nos sítios em torno e estender-se ao Baixio, a Umari, a Alagoinha (hoje Ipaumirim), até Cajazeiras e Mossoró. Todos admiravam aquele homem atarracado, alegre e sempre disposto a um bom papo. Em casa, nós pequenos o queríamos e respeitávamos como a outro pai. Cunhado de Dosanjo, a quem queria como a sua mãe, Zé Matias era, de fato, o arrimo de nossa família, e, mais, das famílias das irmãs Nanã, viúva, e Teté, cujo marido, Zé dos Torrões, vivia desde muitos anos deitado no fundo de uma rede, entrevado pelo reumatismo.
O nosso querido irmão poderia ter sido o esteio em que nos apoiaríamos na reconstrução do nosso futuro. Mas, cedo também ele nos seria arrebatado, e pela maneira mais violenta.
NO CABO DA ENXADA


Pelo inverno de 1926, ao final da gravidez e durante o resguardo de Dosanjo, ainda se encontraram uns restos de paiol em casa, umas cuias de feijão e arroz para temperar com algum bicho do terreiro.
Mas, a partir de 1927, a família teve que procurar o caminho da roça para cuidar da própria sobrevivência. Contando de início com a ajuda de Zé Matias para o trabalho mais pesado, minha mãe cedo tratou ela mesma de levar os filhos para essa árdua escola, que é ainda hoje a única que se oferece a muitos nordestinos. Primeiro, foram as imãs Alodias, Maria Virgem e Stela. Depois, foi Valdemar. Por fim chegou a minha vez.
Eu acabara de completar seis anos, mas ainda hoje, lembro onde ficava situada a nossa primeira roça. Também guardo bem vivas as lições desse meu primeiro “Livro do Mundo”, nas quais, devo confessar, não era dos mais interessados. Eu mais atrapalhava do que ajudava ao trabalhar dos maiores e, de fato, só não ficava em casa porque não tinha com quem. Inocente das coisas da roça, eu arrancava a lavoura, principalmente os pés de algodão, confundindo tudo com “mato”. Minha mãe me distribuía generosos cascudos pelos prejuízo causados.


Um caixão de defunto boiando no açude

Um caixão de defunto boiando no açude

Nos meus tempos de Cajazeiras, década de 60, muitos anos já rodaram na roda do tempo de lá pra cá e em cada volta da roda, as coisa mudam e como mudam. Naqueles velhos ainda se acreditavam em almas que vinha do outro mundo apoquentar as pessoas daqui. Tive oportunidade de deparar duas vezes com destas almas do outro mundo. A primeira eu conto logo hoje, foi na Serra da Arara, oportunidade que vi um caixão de defunto boiando no açude, leia.

domingo, 5 de dezembro de 2010

DO MIOLO DO SERTÃO: A HISTÓRIA DE CHICO ROLIM CONTADA A SEBASTIÃO MOREIRA DUARTE”. Read more: http://ac2brasilia.blogspot.com/2010/12/do-miolo-do-ser



A partir de hoje, uma vez por semana, passamos a publicar capítulos do livro “Do miolo do sertão: A história de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte”.
Com autorização de Claudiomar Rolim, Filho de Chico Rolim, temos a honra de registrar aqui a história desse grande político que deixou seu nome gravado na história de Cajazeiras.

UM NOME SEM ROSTO

Os dias, de tão bons, são todos iguais. Tudo é igual nos horizontes de nossa infância sem limites, tempo claro com cheiro de curral e melaço de engenho. O sítio Olho d’Água do Melão se esconde como um segredo ao pé da serra. Graças a Deus. Lá em cima é que está a estrada que divide o Ceará da Paraíba. Na estrada passam tropas de burros carreando algodão, oiticica, rapadura. Às vezes os burros se espantam e desgarram com o ronco dos primeiros caminhões. Como podem as pessoas na estrada adivinhar que, nessa grota escondida, Deus deixou um pedaço do seu paraíso para os filhos do Mestre Matias?
A meninada vai abrindo os olhos ao mundo, quase cuidando de não crescer, no medo inconsciente de que o paraíso desapareça e o mundo perca o seu encanto.
Aos poucos, é verdade, se alongam os idos de 1913, quando o paraibano Matias Duarte Passos, já viúvo por quatro anos, encontra a jovem Angelina Guedes Rolim – Dosanjo, como passará a ser conhecida – do mais tradicional tronco de Cajazeiras, e com ela constrói a sua segunda família. Uma família que ele vai fazendo crescer com pressa do nordestino. Nesse novembro de 1925, aí já estão Alodias, com onze anos, Maria Virgem, com dez, Stela, com oito, e os meninos Valdemar, com quatro, Francisco, com três, e o caçula, Micena, com menos de dois. E a mulher, grávida de sete meses, está a seu lado para garantir que, com as bênçãos de Deus, terão novo rebento na família entre fevereiro e março de 26.
Esses, os filhos pequenos. Porque D. Dosanjo tem outros “filhos” do primeiro casamento de Matias: Teté, Doiô e Nanã, já se casaram, pois têm quase a mesma idade de Mãe Dosanjo. Em casa estão ainda a Júlia, a mais nova das mulheres, e José Matias, com 21 anos.
A casa não é tão grande, mas está bem plantada no meio do sítio, de paredes meias com a bolandeira e o engenho. À frente, o amplo pátio que termina na porteira do curral. Da calçada alta se avistam o açude e a vazante. O quintal abre para o baixio, por onde o olho d’água se derrama em córrego.
E que mundo de fartura! Além do leite, do queijo e da coalhada, temos a rapadura, a batida e o alfenim, mas a cana de açúcar fácil de descascar o rasgar no dente, depois da colheita no eito e quebrada no joelho. A banana babona será a “marca” de Mãe Dosanjo na memória de filhos e netos. Os mais velhos passam horas e mais horas nos mais altos das goiabeiras, as mais férteis goiabeiras de que se tem notícias. Aos pequenos contam histórias encantadoras: o coqueiro do quintal velho também já não sabe o que faz: em vez de botar coco, está dando quiabo, maxixe, cebola, coentro. De outro, mais pro meio do baixio, se diz que está estragado por causa da saparia que tem ao pé: toda vez que a gente vai abrir um coco para beber a água, salta um caçote de dentro dele.
Esse paraíso infantil tem na pessoa de “Padinho Matias” ou “Meu Mestre”, como é chamado por muitos, aquele que o plantou e que assegura para todos ao redor.
Mestre Matias é um homem moreno, talhado na média estatura sertaneja, franzino e ágil. Os cabelos partem de um ponto definido na testa e se repartem sobre as orelhas, para dar destaque ao brilho dos olhos claros. De nada disso eu me lembro, mas ainda hoje ouço dizer que meu pai era muito querido como professor de todos os que sabiam ler no Melão, além de Juiz de Casamentos, nomeado que foi pelo Presidente do Ceará, Antônio Pinto Nogueira Accioly. Enfim, um homem que inspirava paz e serenidade. Par ele também, junto com a mulher e os filhos, os dias eram todos iguais.

Mas o que foi isso que meu pai viu lá para o Alto da Aroeira? São dez horas da manhã. Matias está em casa para o almoço, conforme é tradição nestes tempos. Levanta-se para sair. Do alto da calçada vê um boi que está comendo a roça. Não tendo por quem chamar naquele momento, corre ele mesmo a tanger o animal. Mas onde está o caminho da saída? E por que, agora ele se sente, de súbito, mais atordoado que o bicho, uma coisa estranha a fisgá-lo próprio dentro? Meu pai volta para casa quase se arrastando. A dor é enorme. Ele se prosta numa rede e clama por socorro. São muito poucas horas as possibilidades de removê-lo dali, ele ao suportaria ser carregado. Dão-lhe remédios caseiros, fazem-lhes sucessivas massagens. Mestre Matias chama a família. O que mais lastima é deixar a jovem esposa carregada de crianças para criar. É inútil consolá-lo. Ele está consciente do que se passa:
- Estou me acabando. Deus me receba.
Mas a agonia passa por momento. Ele se senta. Faz algumas recomendações à mulher e abençoa os filhos. Micena, o filho caçula, sem saber o que estado´afazendo, lhe entrega um brinquedinho tosco que tem em suas mãos e coloca as suas mãos dentro das do pai, balbuciando palavras que ainda não sabe articular.
São duas e meia pra três da tarde de terça-feira, 24 de novembro. Meu pai solta o corpo contra rede. Minha mãe sacode:
- Corram, Matias está morrendo!
No dia seguinte, é no colo de Alodias, minha irmã mais velha, que vejo pela última vez o rosto de meu pai, no caixão em meio à casa. Quando o enterro sai, eu choro porque vejo os outros chorarem! Mas eu sei que sou um menino de três anos incompletos para quem acabaram os dias bons e iguais. O paraíso acabou.
Me pai era um homem de 64 anos , que nunca antes houvera se queixado de doença alguma. Do Mestre Matias, tão querido e lembrado por todos, não ficou, porém um único retrato que pudesse guardar para os filhos os traços do seu rosto. Reconstuo pela memória dos irmãos mais velhos a nebulosa lembrança que tenho de sua figura, sem poder fixar na rentativa um perfil definido de sua pessoa.
Ao fazer este registro, dou por mim diante de tantos leitores anônimos, contando-lhes os passos marcantes de minha trajetória. Pergunto-me se não estou procedendo assim, numa tentativa inconsciente de compensar para os meus filhos o que meu pai não teve tempo de fazer com os seus.


Próximo capítulo: O HOMEM DO MELÃO


EM TEMPO:
EVENTO: Exibição do filme O SONHO DE INACIM
QUANDO: 11.12.10
LOCAL: HOTEL NACIONAL DE BRASÍLIA, Setor Hoteleiro Sul.

PROGRAMAÇÃO:
18:00 – Abertura pelo Presidente da AC2B, Ubiratan de Assis (Bira)
18:15 – Palestra: “O lado pitoresco da história da terra do Padre Rolim”, pelo professor José Antonio Albuquerque.
19:00 – “Uma conversa sobre o filme”, por seu diretor Eliézer Rolim.
19:30 – Exibição do filme O SONHO DE INACIM
21:00 Coquetel no próprio Hotel Nacional.
PROMOÇÃO DO EVENTO: AC2B – Associação dos Cajazeirenses e Cajazeirados em Brasília - DF

sexta-feira, 11 de junho de 2010





Quem milagres quer achar / contra os males e o demônio / busque logo Santo Antônio / que só há de encontrar / aplaca a fúria do mar / tira os presos da prisão / o doente torna são / o perdido faz achar, dizem os versos populares. Santo das causas perdidas, é mais lembrado como casamenteiro. Solteiras chegam a tirar o Menino Jesus de seus braços: só o devolvem quando atendidas. Leia mais.

domingo, 3 de maio de 2009

Abaixo o Congresso

Sou professor de Física do ensino médio de escola pública em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: R$ 650,00.
Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$ 650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem curso superior como eu e por isso recebem minguados R$ 440,00.
Será que alguém acha que com um salário assim a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar?
Não quero generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, mas atualmente a regra é: o professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade!
Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro!
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$ 10,2 milhões por ano. São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto "trabalhado" aqui custa ao contribuinte R$ 11.545,00.
Na Itália são gastos com parlamentares R$ 3,9 milhões; na França, pouco mais de R$ 2,8 milhões; na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$ 850 mil ; e na vizinha Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior !
Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será:
'TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES' .
Obrigado!!! O País agradece.

Musica Italiana


Algumas entre as mais belas musicas do passado
Presentes 1.250 musicas (até o ano de 1976)

http://italiasempre.com/verpor/mp32.htm